Seja um doador de órgãos

                                                                      SEJA UM DOADOR DE ÓRGÃOS
 
A doação de órgãos ou de tecidos significa doar uma ou mais partes do nosso corpo para ajudar no tratamento de outras pessoas. Muitas vezes o transplante de órgãos pode ser a única opção de vida ou a oportunidade de recomeço para pessoas que precisam de doação. Mundialmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem o maior programa público de transplante, gerando em média 87% dos transplantes de órgãos realizados com recursos públicos, propiciando cada vez mais esperança e qualidade de vida para algumas pessoas.
 
É relevante ressaltar que para continuarmos salvando vidas é necessária a conscientização de todos sobre a importância do ato de doar um órgão e deixar claro para a família essa decisão. Em 2015, tivemos no Brasil um aumento de 3,5%, atingindo 14,6 doadores por milhão de população, porém ainda é alto o número de recusas para a doação. Para se ter uma ideia do quão significativo é essa recusa, no total 43% das famílias brasileiras entrevistadas não autorizam a doação de órgãos. 

Quais os tipos de doadores? 
 
O mais comum é o doador falecido, que são pacientes de morte encefálica. Além disso, temos o doador vivo, que é uma pessoa que concorde com a doação, desde que não haja prejuízos para a sua saúde. Nesse caso, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores, e se não for parente só com autorização judicial. 
 
Quais órgãos podem ser doados?  
 
A doação pode ser de órgãos (rim, fígado, coração, pâncreas e pulmão) ou de tecidos (córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical). Os únicos órgãos possíveis de serem doados em vida é o rim, parte do fígado, parte do pulmão e a medula óssea. 

O que tenho que fazer para ser um doador de órgãos? 
 
É muito simples! Conversa e deixa claro para sua família sobre o seu desejo de ser doador, pois no Brasil a doação de órgãos só é feita após a autorização da família.  
 
O que é morte encefálica? 
 
Morte encefálica é a parada definitiva e irreversível do encéfalo, (inclui o cérebro e o tronco cerebral) provocando em poucos minutos a falência de todo o organismo, que é responsável pelas funções essenciais do organismo, como a respiração, entre outras. O diagnóstico de morte encefálica normalmente é de vítimas de traumatismo craniano ou AVE (Acidente Vascular Encefálico). Após algumas agressões neurológicas as células do cérebro podem morrer e deixar de cumprir essas funções, apresentando um quadro que é irreversível. O coração continua batendo sozinho devido ao seu marcapasso interno (que é temporário). Aparelhos e remédios podem manter a respiração e a pressão, mas por pouco tempo. Quando constatada a morte encefálica significa que a pessoa foi a óbito e que, nesta situação, os órgãos podem ser doados para transplante, se a família consentir. Se não houver o consentimento os aparelhos serão desligados, já que o óbito foi constatado clinicamente e legalmente.
 
Após a confirmação do diagnóstico de morte encefálica, como é realizada a entrevista com os familiares? 
 
É um momento delicado para os familiares já que iniciará todo o processo de doação de órgãos. Nesse momento, os coordenadores de transplante, em sua maioria enfermeiros, que trabalham nos Serviços de Procura de Órgãos e Tecidos, realizam a avaliação do potencial doador e, se viável, realizam a entrevista familiar quanto à doação. Assim, se esclarece sobre o diagnóstico de morte encefálica, as possibilidades e procedimentos.
 
Para quem os órgãos são destinados? 
 
Os órgãos são encaminhados para os pacientes que estão aguardando em lista única e necessitam de um transplante, que é definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes. 
 
O que é um transplante?
 
O transplante é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas) de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador, vivo ou falecido. O diagnóstico de morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. Dois médicos diferentes examinam o paciente, sempre com a comprovação de um exame complementar, que é interpretado por um terceiro médico.

Quem realiza e como é feita a cirurgia de retirada de órgãos de um doador?
 
Após a confirmação da morte encefálica, a autorização da família e sendo localizado um receptor compatível, a retirada dos órgãos para transplante é feita em um centro cirúrgico por uma equipe treinada de cirurgiões autorizada pelo Ministério da Saúde. Após o procedimento o corpo é devidamente recomposto e liberado para os familiares. Para doação de tecidos oculares e tecidos musculoesqueléticos a equipe médica reconstitui o corpo do doador com próteses apropriadas. Para doação de pele é retirada somente uma fina porção da pele do dorso das costas e das coxas, sem alterações na aparência do doador falecido. Após a retirada dos órgãos e tecidos, a equipe médica recompõe o corpo do doador, sendo visíveis apenas os pontos do local operado, não impedindo a realização do velório. A retirada dos órgãos é uma cirurgia como qualquer outra e o doador poderá ser velado normalmente.
Converse com a sua família sobre sua decisão e busque sempre se informar em órgãos competentes, evitando falsas informações e crenças. Uma vida pode continuar se você for doador e apoiar a doação de órgãos. 
 
Seja um doador de vidas! Doar órgãos é um ato de amor e solidariedade.
 
REFERÊNCIAS 
 
ÓRGÃOS, Associação Brasileira de Transplante de. Doação de órgãos e tecidos. Disponível em: <http://www.abto.org.br/abtov03/default.aspx?mn=477&c=918&s=0&friendly=doacao-de-orgaos-e-tecidos>. Acesso em: 03 set. 2018.
 
ÓRGÃOS, Associação Brasileira de Transplante de. Mitos. Disponível em: <http://www.abto.org.br/abtov03/default.aspx?mn=473&c=916&s=0&friendly=mitos>. Acesso em: 03 set. 2018.
 
SANTOS, Marcelo José dos; MASSAROLLO, Maria Cristina Komatsu Braga. Entrevista familiar no processo de doação de órgãos e tecidos para transplante. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, v. 25, n. 5, p.788-794, dez. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ape/v25n5/22.pdf>. Acesso em: 05 set. 2018.
 
SAÚDE, Ministério da. Doação e Transplante de Órgãos. 2017. Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/acoes-e-programas/doacao-transplantes-de-orgaos/sobre-o-programa>. Acesso em: 02 set. 2018.
 

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